_exposição coletiva online
Ana Cláudia Almeida_Laíza Ferreira_Osvaldo Carvalho
A história, seja ela econômica, política ou da arte não é um elemento de estudo linear e se faz presente ao longo de todo o desenvolvimento da humanidade como pontuado na filosofia ocidental por Hegel (filósofo alemão do século XVIII), que descreve que grandes fatos históricos são divididos em duas partes, a primeira e original como tragédia e a segunda como farsa. Há também a história que caminha com o tempo, como na filosofia yorubá, onde as narrativas possuem outra cronologia, cujo conhecimento se dá através do corpo e oralidade.
Essas histórias imbricadas no tempo retornam na produção de Ana Cláudia Almeida, Laíza Ferreira e Osvaldo Carvalho como um diálogo visual e íntimo às suas próprias narrativas, num processo de decolonização da imagem. Seja na ressignificação de imagens garimpadas em arquivos pessoais ou sites de busca que dão origem a ficções não-lineares, num processo de afirmação de sua ancestralidade, através da linguagem fotográfica, como na obra de Laíza Ferreira (Ananindeua, 1988); na composição investigativa da pintura e do desenho, atravessados pelo espaço subjetivo de elementos do tempo e paisagem, aliados a massas de cor e campos vazios presentes nos gestos de Ana Cláudia Almeida (Rio de Janeiro, 1993) e no questionamento de hierarquias, estruturas de poder e opressão em foros privados e públicos e suas consequências sociais, intrínsecas ao olhar pictórico e provocador de Osvaldo Carvalho (Rio de Janeiro, 1966).