"Shit Coin (2017) é um dos trabalhos mais recentes de Cildo Meireles (Rio de Janeiro, 1948). A obra é pensada como parte da série 'Inserções em circuitos antropológicos', na qual, ao produzir objetos análogos àqueles que se encontram em circulação no mercado - embora alterados, como se para causar distúrbios no sistema de trocas global -, o artista incentiva novos comportamentos ao subverter os sistemas de circulação. Uma parte essencial do trabalho de Cildo é predicada no questionamento da ideia de valor, propondo a relatividade do valor monetário (Zero cruzeiro, 1974–78; Zero centavo, 1974–78; Zero dólar, 1978–84; Zero cent, 1974–78; Zero real, 2013; Eppur si muove, 1991), e muitas vezes causando um curto-circuito na própria noção de valor do mercado de arte (Árvore do dinheiro [Money Tree], 1969). É nesse contexto que surge 'Shit Coin', uma moeda estrangeira feita de vários materiais, incluindo fezes humanas. É uma poderosa combinação de ironia e fetichismo do objeto artístico - cuja referência básica é 'Merda de artista' (1961) de Piero Manzoni - com a crítica da desmaterialização do valor e dos processos especulativos do sistema financeiro internacional, simbolizado pela Bitcoin, que liga a riqueza à especulação predatória ao invés da manufatura e do trabalho real." (Diego Matos and Guilherme Wisnik (Cildo Meireles, Cahiers d'Art, 2022)
"Shit Coin (2017) é um dos trabalhos mais recentes de Cildo Meireles (Rio de Janeiro, 1948). A obra é pensada como parte da série 'Inserções em circuitos antropológicos', na qual, ao produzir objetos análogos àqueles que se encontram em circulação no mercado - embora alterados, como se para causar distúrbios no sistema de trocas global -, o artista incentiva novos comportamentos ao subverter os sistemas de circulação. Uma parte essencial do trabalho de Cildo é predicada no questionamento da ideia de valor, propondo a relatividade do valor monetário (Zero cruzeiro, 1974–78; Zero centavo, 1974–78; Zero dólar, 1978–84; Zero cent, 1974–78; Zero real, 2013; Eppur si muove, 1991), e muitas vezes causando um curto-circuito na própria noção de valor do mercado de arte (Árvore do dinheiro [Money Tree], 1969). É nesse contexto que surge 'Shit Coin', uma moeda estrangeira feita de vários materiais, incluindo fezes humanas. É uma poderosa combinação de ironia e fetichismo do objeto artístico - cuja referência básica é 'Merda de artista' (1961) de Piero Manzoni - com a crítica da desmaterialização do valor e dos processos especulativos do sistema financeiro internacional, simbolizado pela Bitcoin, que liga a riqueza à especulação predatória ao invés da manufatura e do trabalho real." (Diego Matos and Guilherme Wisnik (Cildo Meireles, Cahiers d'Art, 2022)