O trabalho é a maquete para uma instalação que consiste em duas arquibancadas de frente uma para a outra, vazadas embaixo e conectadas por um intervalo de chão no centro.
As estruturas serão feitas em metal não galvanizado, que atuará registrando todas as marcas de toque de quem ocupar o espaço, assim como a ação do tempo sobre o material. A umidade contribui para oxidação do metal e fica mais evidente com o toque, gordura da pele e alterações climáticas. A captura dessas impressões pela estrutura de arquibancada/rampa captura e registra como os corpos dialogam com a arquitetura implementada e que uso fazem dela.
"Arquitetura como tentativa de resolução para nenhum problema" também sugere investigações de possíveis usos para essa estrutura como uma Agora aberta a propostas para sua ocupação. Preferencialmente essas propostas acontecem de maneira orgânica evocada por passantes assim como por curadores e artista.
Meu interesse é de observar os usos e reações que corpos tem quando se deparam com um novo elemento arquitetônico ocupando o espaço, e quais os possíveis desdobramentos para essa arquitetura.
Aqui também é evocado o conceito de "living sculpture”, utilizado por Kounellis e Marisa Merz, que ressoa sobre a impermanência e instabilidade na criação de objetos e como ao ocuparem o espaço por ele também são afetados.
Nesse trabalho eu reforço a inconstância do material pela oxidação do mesmo, como evidência dos corpos registrados ali. Pela oxidação, o trabalho transmite um testamento de presenças anteriores e convida a novas. Essa interação entre forma e função procura re-organizar a presença da escultura e corpos.