Natalie Braido

Entre a certeza, existe o espaço, do nada existe outra coisa ou experimento para pedra de milha , 2021

ID: NB1011

photography, print on Hannemuller paper (edition of 3 + 1 PA)

50 x 70 cm

Entre a certeza, existe o espaço, do nada existe outra coisa ou experimento para pedra de milha é o título dado a foto que faz parte de um estudo para um dispositivo, no qual pedras antigas se transformam em pedras novas. Quando um raio atinge o solo, ele altera as composições químicas de onde bateu, ou seja, os elementos presentes onde quer que ele tocou. Raios geram uma grande quantidade de calor e pressão que podem produzir efeitos de ionização e causar reações químicas. Chamam-se fulguritos as pedras que nascem da colisão do raio em algum lugar, seja terra, seja areia, seja pedra.
Comecei a pensar que se poderia mudar a composição de uma pedra sem ter que passar pelo surgimento da mesma novamente ('nascer de novo'), mas se por meio de um abalo, de um choque, de uma mudança inesperada, poderia tornar-se diferente. A partir de um raio que bate em uma pedra pode-se criar uma pedra nova? Como forma de isolar uma pedra já existente fez-se um cubo de gelo grande, que passou por vários processos de aquecimento e resfriamento, para tornar-se transparente. O cubo de gelo passa por um processo quase análogo ao processo que acontece na formação de um raio: entre as nuvens as correntes de ar fazem com que as partículas de água e gelo se movam e se colidam, criando cargas elétricas positivas e negativas. Cria-se um potencial para a eletricidade a partir de uma diferença de potencial físico, de temperatura. Ainda assim o que é sólido permanece sólido, o que é transitório continua transitório.

A foto também foi reproduzida no álbum "Jardineiros" do Planet Hemp em 2022, e em uma publicação do Ateliê 397, em 2021, acompanhada de um texto que escrevi e que transcrevo abaixo:
É como se eu caminhasse para uma quebra, mas carregasse uma quebra interna, uma interrupção constante de um fluxo interno que constringe uma expressão externa. A quebra só pode ser vencida com quebra, o raio bate na pedra e cria uma pedra nova. como se estruturas internas tivessem que ser movidas e deslocadas por energias de pequenas ondas que mudam o estado interno mesmo que o externo seja só aparência e impossível de ser notado para o olhar externo.
existe uma crítica às estruturas externas por não se identificar com elas, mas também a confusão ocorre porque sou um dado e causalidade, uma manifestação externa, uma espécie de acidente, seguido de outros acidentes. de 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12 rupturas se cria uma frase e um todo. o desafio é manter a continuidade pois sempre se retoma o momento passado ou futuro quando se adquire consciência do movimento e motricidade de si próprio. o fracasso é tanto externo como interno, porque o uno existe e como peças que se interpenetram e se tocam, um externo atinge o cerne de outro. então tudo se trata de um momento que é invisível. mas acreditamos que as coisas são transparentes e visíveis, claras. na verdade tudo tem consciência e esconde mais do que podemos conhecer. nem nós podemos calcular e prever os destinos individuais e indivisíveis de células, porque não possuímos controle do jogo interno biológico que está inevitavelmente se movendo constantemente sem a nossa percepção, se as partes tivessem percepção de si próprias, existiríamos? a quebra e o atravancamento funcionam talvez como pulsão contraria a vida, como vontade de parar uma ordem imposta e criar uma nova. destruir para descobrir o que sobra da
destruição. quando talvez na verdade não é preciso destruir nada pois um sistema todo trabalha para
seu apagamento. agora, sem o movimento não existe esse vazio e vice-e-versa, sem o vazio não existe o movimento. a análise dos elementos e das possíveis passividades não ocorre sem a atividade de um mecanismo complexo impossível de ser analisado. a não identificação com o externo é uma atividade ocular que pode se pensar que é extra corpórea, mas participa de um corpo, e mais que um corpo, de um ânimo. que não se entende de onde vem. às vezes a observação tanto externa quanto interna pode ser um ato punitivo, mas talvez uma vontade por espécie de pureza, de um entendimento que acaba
manchado pela existência.
um ato simples é carregado de um infinito que parece finito. e conciso de um caminho só, uma flecha certa que recai num ponto, só que esse ponto não existe, porque a materialidade e a ação é passagem, é movediça. uma folha caiu aqui seca e parecia imóvel, até cair como uma lasca de um real que parece não ter um fim. é essa a confusão com o fim, o começo que não existe. são constructos de uma falha racional introjetada e externalizada.
Natalie Braido
Entre a certeza, existe o espaço, do nada existe outra coisa ou experimento para pedra de milha , 2021
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50 x 70 cm
Natalie Braido
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Entre a certeza, existe o espaço, do nada existe outra coisa ou experimento para pedra de milha é o título dado a foto que faz parte de um estudo para um dispositivo, no qual pedras antigas se transformam em pedras novas. Quando um raio atinge o solo, ele altera as composições químicas de onde bateu, ou seja, os elementos presentes onde quer que ele tocou. Raios geram uma grande quantidade de calor e pressão que podem produzir efeitos de ionização e causar reações químicas. Chamam-se fulguritos as pedras que nascem da colisão do raio em algum lugar, seja terra, seja areia, seja pedra.
Comecei a pensar que se poderia mudar a composição de uma pedra sem ter que passar pelo surgimento da mesma novamente ('nascer de novo'), mas se por meio de um abalo, de um choque, de uma mudança inesperada, poderia tornar-se diferente. A partir de um raio que bate em uma pedra pode-se criar uma pedra nova? Como forma de isolar uma pedra já existente fez-se um cubo de gelo grande, que passou por vários processos de aquecimento e resfriamento, para tornar-se transparente. O cubo de gelo passa por um processo quase análogo ao processo que acontece na formação de um raio: entre as nuvens as correntes de ar fazem com que as partículas de água e gelo se movam e se colidam, criando cargas elétricas positivas e negativas. Cria-se um potencial para a eletricidade a partir de uma diferença de potencial físico, de temperatura. Ainda assim o que é sólido permanece sólido, o que é transitório continua transitório.

A foto também foi reproduzida no álbum "Jardineiros" do Planet Hemp em 2022, e em uma publicação do Ateliê 397, em 2021, acompanhada de um texto que escrevi e que transcrevo abaixo:
É como se eu caminhasse para uma quebra, mas carregasse uma quebra interna, uma interrupção constante de um fluxo interno que constringe uma expressão externa. A quebra só pode ser vencida com quebra, o raio bate na pedra e cria uma pedra nova. como se estruturas internas tivessem que ser movidas e deslocadas por energias de pequenas ondas que mudam o estado interno mesmo que o externo seja só aparência e impossível de ser notado para o olhar externo.
existe uma crítica às estruturas externas por não se identificar com elas, mas também a confusão ocorre porque sou um dado e causalidade, uma manifestação externa, uma espécie de acidente, seguido de outros acidentes. de 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12 rupturas se cria uma frase e um todo. o desafio é manter a continuidade pois sempre se retoma o momento passado ou futuro quando se adquire consciência do movimento e motricidade de si próprio. o fracasso é tanto externo como interno, porque o uno existe e como peças que se interpenetram e se tocam, um externo atinge o cerne de outro. então tudo se trata de um momento que é invisível. mas acreditamos que as coisas são transparentes e visíveis, claras. na verdade tudo tem consciência e esconde mais do que podemos conhecer. nem nós podemos calcular e prever os destinos individuais e indivisíveis de células, porque não possuímos controle do jogo interno biológico que está inevitavelmente se movendo constantemente sem a nossa percepção, se as partes tivessem percepção de si próprias, existiríamos? a quebra e o atravancamento funcionam talvez como pulsão contraria a vida, como vontade de parar uma ordem imposta e criar uma nova. destruir para descobrir o que sobra da
destruição. quando talvez na verdade não é preciso destruir nada pois um sistema todo trabalha para
seu apagamento. agora, sem o movimento não existe esse vazio e vice-e-versa, sem o vazio não existe o movimento. a análise dos elementos e das possíveis passividades não ocorre sem a atividade de um mecanismo complexo impossível de ser analisado. a não identificação com o externo é uma atividade ocular que pode se pensar que é extra corpórea, mas participa de um corpo, e mais que um corpo, de um ânimo. que não se entende de onde vem. às vezes a observação tanto externa quanto interna pode ser um ato punitivo, mas talvez uma vontade por espécie de pureza, de um entendimento que acaba
manchado pela existência.
um ato simples é carregado de um infinito que parece finito. e conciso de um caminho só, uma flecha certa que recai num ponto, só que esse ponto não existe, porque a materialidade e a ação é passagem, é movediça. uma folha caiu aqui seca e parecia imóvel, até cair como uma lasca de um real que parece não ter um fim. é essa a confusão com o fim, o começo que não existe. são constructos de uma falha racional introjetada e externalizada.
Natalie Braido
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50 x 70 cm
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